
(ver toda a candidatura à fase 2 em CANDIDATURAS 1e2)
Dinâmicas de integração
A estratégia a adotar assume um conjunto
de princípios e pressupostos metodológicos, entre os quais
relevam as dinâmicas de integração. De
facto, ao incorporar um espectro diverso e numeroso de entidades, que inclui
organizações da Administração Pública, do setor privado e do Terceiro Sector, a
Rede DLBC está em condições de desenvolver projetos assentes em ações
integradas, que potenciam complementaridades de natureza institucional, para
além do cruzamento e articulação, sempre que possível, dos domínios setoriais
em presença.
Por
outro lado, a estratégia assenta numa articulação virtuosa entre as
intervenções comunitárias específicas e a sua inserção numa visão de conjunto,
à escala da cidade. O que potencia os mecanismos de enquadramento técnico,
metodológico e de recursos capazes de ampliar e reforçar as potencialidades dessas
intervenções locais de base comunitária. Aliás, sublinhe-se igualmente neste
sentido o potencial que decorre da articulação e enquadramento das estratégias
de desenvolvimento local com as políticas públicas municipais, nos seus
diferentes domínios.
Inserção pelo trabalho
Em
termos de intervenção social, pretende-se que a estratégia da Rede DLBC Lisboa
aposte em operações de recorte emancipatório, que promovam uma efectiva ruptura
com a reprodução geracional dos ciclos depobreza e exclusão. É por essa razão,
aliás, que se valoriza de forma particular - no âmbito da programação
das ações a desenvolver - a inserção pelo trabalho, considerada como a
forma mais decisiva e sustentável de inclusão social e que não deve dispensar,
na sua abordagem, a articulação com os processos de educação e formação e de
capacitação de segmentos mais vulneráveis da população.
É igualmente neste âmbito, sublinhe-se,
que a dinamização dos tecidos económicos locais se revela
essencial para a candidatura, dados os
seus efeitos e implicações no aumento do emprego, na elevação de competências e
na melhoria dos níveis de inclusão social. Mesmo tratando-se de territórios que
apresentam situações profundas e persistentes de vulnerabilidade social,
importa intervir sem ser essencialmente numa ótica de remediação e de
compensação, agindo ao invés nos factores estruturais de pobreza, nos quais a economia
local desempenha um papel da maior relevância.
Criação de emprego
De facto, face ao período de crise que
atravessamos, dificilmente se pode falar de emprego no caso de
pessoas com baixos níveis de qualificação
e com idades críticas se o associarmos a trabalho por conta de outrem. Neste
plano, nestes contextos, deveremos falar mais em “atividades profissionais” e não só em emprego
convencional. A meta a atingir na EDL de criação de emprego tem aqui que ser
vinculada a uma estratégia de progressão e de transição entre um mundo de “multiatividades” e de “modalidades flexíveis de
ocupação profissional” com uma contratualização e formalização de ocupação de um
posto de trabalho em resultado do desenvolvimento de experiência e de
competências profissionais.
Para esta abordagem torna-se assim
crucial a dinamização da economia local a partir dos fatores exógenos e da
combinação dos elementos identitários locais com a inovação social. De forma
particular na economia local, que tem sofrido da redução do investimento
público mas também privado, deverá ser trilhado um caminho de captação de
capital (financiamento convencional, micro crédito e também financiamento
solidário e alternativo) e de competências (green skills) que cimentem
modalidades de economia verde e circular, que impulsionem a transição
energética e que favoreçam abordagens mais sustentáveis no desenvolvimento destes
territórios. É na medida que a economia local cria dinâmica de envolvimento das
comunidades locais em torno de legítimas expetativas de aumento do rendimento
pessoal e familiar, que as competências. coletivas e locais melhoram e que a
exclusão é estruturalmente posta em causa e reduzida.
Elevar os níveis de qualificação
Assim, no âmbito do aumento dos níveis de
emprego, sublinhem-se entre outras as estratégias orientadas para a elevação
dos níveis de qualificação profissional; para o reforço das competências
pessoais e sociais; para a dinamização dos tecidos económicos locais; para a
agilização de mecanismos que propiciem o encontro entre necessidades das
entidades empregadoras e a procura de trabalho; ou para o fomento de condições
favoráveis à criação de negócios e ao empreendedorismo. Linhas de orientação
dos projectos a desenvolver que se relacionam igualmente com o objectivo de
erradicação da pobreza, no âmbito do qual as ações deverão necessariamente ser
orientadas para o desenvolvimento de processos de capacitação e emancipação de
indivíduos, famílias, grupos e das próprias comunidades locais. A elevação dos
níveis de qualificação escolar deve apontar igualmente para a definição de
estratégias locais e em parceria que conduzam à diminuição do abandono escolar
precoce e ao aumento das taxas de escolarização e do sucesso educativo.
As estratégias de desenvolvimento a
prosseguir em cada território, consolidando parcerias e identificando metodologias,
abordagens e recursos, deverão posteriormente ser objeto de partilha e análise no
quadro da própria Rede DLBC, tendo em vista uma reflexão que identifique e
partilhe boas práticas, conceba mecanismos de transversalidade e maximização de
potencialidades, a par da articulação com a definição de políticas à escala
municipal, e que proceda a uma apreciação de conjunto, tendente a reforçar a
estratégia comum de resolução dos problemas diagnosticados e permitindo
acrescidamente identificar e atuar sobre os fatores estruturais que estão na
base da génese e segregação de territórios de exclusão social e urbanística. Nas diferentes áreas de atuação
(educação, emprego e pobreza e exclusão social), estabelecem-se metas e objetivos
mensuráveis, relativos às diferentes intervenções e que, no seu conjunto,
permitirão concretizar e estabelecer os compromissos de cumprimento da meta
central do projecto, relativa ao seu contributo para a redução dos desníveis de
desenvolvimento social, económico e urbanístico, face aos valores médios observados
na cidade de Lisboa, registados nestes territórios.
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